SECOS & MOLHADOS - NEY MATOGROSSO - BAÚ DE RARIDADES
Este Blog é dedicado a arte do grupo SECOS & MOLHADOS (1972/1974) e NEY MATOGROSSO.
terça-feira, 6 de novembro de 2012
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
POIS É
"Sem ser deselegante, Ney Matogrosso praticamente desprezou a festa que sua gravadora, a Ariola, promoveu para lançar seu novo disco "...Pois é", que marca uma década de carreira, afirmando que está "simplesmente vivendo mais um ano que por acaso é o décimo, mas não tem nada de especial, além do fato de eu continuar na luta".
MUTIRÃO DO ROCK
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
MATO GROSSO
O nome do seu novo disco é "Mato Grosso", mas as músicas não têm nenhuma relação aparente com seu Estado de Origem. Por que o título, então? - É "Mato Grosso" no sentido de literal do termo: mata espessa, mato grosso mesmo. Tinha na cabeça a imagem das florestas da minha terra, com grandes árvores, pássaros, flores. Só que a gente foi fotografar em plena estação das chuvas, o Pantanal estava alagado, daí a gente - eu e o Luiz Fernando, o fotógrafo - resolvemos curtir esse lado de água mesmo, as algas... quer dizer, no fim, o que está na capa do disco é mato fino, e não grosso. Mas não tem nenhuma relação com o Estado. O repertório é o mais variado possível exatamente como eu quis. Em comum com o título, talvez só tenha mesmo esse bom humor, esse lado meio de duplo sentido malicioso, porque mato grosso, assim, isolado, é um pouco malicioso, também. Esse disco novo tem deliberadamente esse lado malicioso, esse jogo de duplo sentido que é bem popular. Não é todo assim
é claro, mas a tônica foi essa mesmo. É proposital - a gente foi procurar coisas já gravadas que tinham esse clima, essa malícia popular, mas sempre com a preocupação de não perder qualidade, de não ser grosseiro, de ser uma brincadeira, mesmo. Os arranjos são muito cuidados não fica uma cópia da coisa nordestina com zabunba e acordeão, tem um outro tratamento. Porque eu não queria que viessem com a história de que eu tinha descoberto um filão, uma fórmula, com o sucesso de "Homem com H". (Jornal Folha de São Paulo, setembro de 1982).
Capaz de harmonizar um repertório que vai do samba ao rock, Ney inseriu nesse álbum apenas composições alegres de bons autores desconhecidos. Dos famosos, além de Chico Buarque, Ney incluiu Rita Lee, Moraes Moreia e Sá e Guarabyra. Os destaques de Mato Grosso ficam com "Uai, Uai" (Rita Lee e Roberto de Carvalho), "Por debaixo dos Panos" (Ceceu) e "Jonny Pirou" (Chuck Berry, versão de Leo Jaime e Tavinho Paes). Uma menção especial deve ser feita à capa do disco. Nela Ney aparece vestido apenas uma sumária tanga cor de pele, completamente submerso e relaxado em água cristalina. Uma idéia tão simples e criativa, quanto o próprio disco. Num disco tão cheio de destaques, há que ressaltar ainda o desempenho dos músicos de primeiro time, notamente Pedrão (baixo), Netinho (clarinete) e Leo Gandelman (sax-alto). Mato Grosso, que já foi considerado pela crítica o melhor tabalho de Ney, vai agradar a todos, mais principalmente aqueles que gostam de dançar. é um pique só, do começao ao fim. (Revista Música, outubro de 1982, Neusa Ribas).
Ney Matogrosso estréia no Canecão/RJ em 20 de outubro de 1982. "Hoje, às 22h, Ney Matogrosso inicia mais uma curta temporada no Canecão (somente até o próximo dia 7). Dirigido pelo mesmo Amir Haddad, com cenografia de Marcos Flasman (o mesmo so show do ano passado, também) e uma banda de 13 músicos, Matogrosso mostrará basicamente as composições de seu último LP, que tem o mesmo título - Mato Grosso - do espetáculo.
De uma abertura no meio do cenário - secundado por muita fumaça, sob apenas um foco de luz - Ney Matogrosso surgirá com um visual "chocante", cocar, colares, pulseiras, para uma primeira parte indígena-rural. No palco forrado de juta, pois na maior parte cantará de pés descaços, ele inciará o espetáculo com Metamorfose Ambulante (Raul Seixas), passando pela emocionante Notícias do Brasil (Milton Nascimento), Uai Uai (Rita Lee - Roberto de Caravalho), o forró eletrônico Primeiro de Abril (Antônio Brasileiro-Antonio Hernandes), e encerrando essa primeira parte com Promessas Demais (Zeca Barreto-Moraes, Moreira-Paulo Lemiski), trilha de abertura da novela das seis, da Globo, Paraíso. A segunda parte é romântica, com luz suave. Vestido apenas com uma calça branca, botas também brancas, olhos pintados, ele interpretará Gilberto Gil, em Deixar Você,
Chico Buarque, em Tanto Amar e Sá e Guarabira, em Aquela Fera, as duas útlimas do recente Lp. Nessa segunda parte, o cantor entrará pela passarela á direita da platéia, a mesma usada por Maria Bethânia, anterior atração do Canecão. Mas é na terceira e última parte, com uma roupa das mais bonitas - toda em dourado brilhante, muitas penas - que o espetáculo mostrará o cantor em seu melhor momento, contando com a participação dos 13 músicos que formam a sua atual banda. A maliciosa Napoleão (Luli-Lucina) e Debaixo dos Panos (Ceceu) são contagiantes e o rock de Chuck Berry, em versão de Leo Jaime e Tavinho Paes, Honny Pirou, está ótimo. Tudo para o apoteótico final com o samba Alegria Carnaval (jorge Arão-Nilton Barros), mostrando o cantor integrado à banda, tocando um bumbo. O diretor Amir Haddad, em seu segundo trabalho de direção com o Cantor, define a atual montagem como "um show que vai mais longe do que o outro". - o anterior era uma revisão, um balanço. E qualquer pessoa que faz um balanço vai adiante. Quando nos reunimos pela primeira vez, não tínhamos a menor idéia do espetáculo, tínhamos somente um disco: o Mato Grosso, nosso ponto de partida para um espetáculo alegre. (Jornal do Brasil, Caderno B, 20 de outubro de 1982, Diana Aragão).
ROTEIRO MUSICAL
Metamorfose Ambulante
Notícias do Brasil
Uai, Uai
1º de Abril
Promessas Demais
Não Faz Sentido
Deixar Você
Tanto Amar
Aquela Fera
Andar com Fé
Rosa de Hiroshima
Napoleão
Por debaxo dos panos
Jonny pirou
Alegria Carnaval
Tema - Instrumental
Músicos
Pisca - Guitarra
Ricardo Cristaldi - Teclado
Paulo Maurício Esteve - Teclado
Pedrão - Baixo
Lino - Sax e Flauta
Magrão - Sax e Flauta
Bangla - Sax
Nonô - Trumpete
Bocato - Trumpete
Sergio Della onica - Bateria
Chacal - Percussão
Sergio Boré - Percussão
terça-feira, 19 de agosto de 2008
GRANDE ESPETÁCULO - GRANDES NOMES - NEY SOUZA PEREIRA....

Existem diferenças fundamentais entre Ney Souza Pereira - que dá nome ao programa - e Ney Matogrosso. Na entrevista, por exemplo, quem aparece é o Souza Pereira, calmo, sem maquilagem, roupa discreta, voz pausada, pensamentos curtos e claros. Quem estará no vídeo no dia 4 de setembro é o outro: livre, solto, com requebros marcando as frases, esbanjando sensualidade. "Realmente, o meu nome não tem nada a ver com o programa. Mas é uma regra. Então, vá lá. Tudo o que será visto não é próprio do Souza Pereira, mas do Matogrosso que leva isso às últimas consequências em seu comportamento cênico. Não digo que ele seja um presonagem, já que faz parte de mim. Talvez a melhor definição é que ele é o Souza Pereira acintosamente solto, liberto".
Apesar desta vitalidade ser a tônica do seu show e do espetáculo da televisão, nas duas situações os números mais aplaudidos são, respectivamente Viajante e Carinhoso, cantados introspectivamente, somente com um violão como acompanhamento."Eu acho ótimo que isso aconteça. As pessoas estão começando a perceber que, independente de me sacudir, me rebolar, eu canto. Esses são números que só dependem da minha voz. Sei que, pra muita gente, eu não canto, faço papagaiada. Poucos prestam atenção que, por trâs de tudo - ou melhor, antes de tudo -, o que me mobiliza é o ato de cantar, que adoro. Minha voz tem que estar sempre em primeiro plano, embora muitos achem que eu sou simplesmente uma alegoria."

sexta-feira, 15 de agosto de 2008
NEY MATOGROSSO - 1981


As roupas usadas pelo cantor têm merecido comentários. Em uma das cenas, por exemplo, quase nu, apenas vestido com uma calça já chamada de "frente única" (as nádegas ficam completamente à mostra), o objetivo de Ney é, segundo ele, uma proposta de liberdade: "A única coisa que sempre me interessou, e isso eu estou conseguindo, foi deflagar um processo de liberação para todas as pessoas que estiverem atentas. Como o sexo é um grande tabu, ainda, as pessoas se escandalizam, porque vêem no palco a imagem de suas frustrações e seus medos. Sei disso e cada vez me esforço mais para escandalizar. Não acredito nos gestos tipicamente femininos ou masculinos. Essa história do homem ter atitudes de machão é bobagem. Não posso dizer que um cara veja o meu show e saia dali totalmente livre. Mas nada do que faço é inconsciente, no palco, em que a cena desaparece e passa a ser vida mesmo. Quem se ligar em minhas propostas já terá para si um bom ponto de partida".
segunda-feira, 7 de julho de 2008
SEU TIPO
tano fez de Nature Boy, linda! E tem Trapaça, de Herman Torres, Último Drama, de Mauro Kwitko (o mesmo de Mal Necessário). Tem Luli/Lucina, Joyce e a música que dá nome ao disco - Seu Tipo - de Eduardo Dusek e Luiz Carlos Góis. Ainda Regravei a Rosa de Hiroxima, arranjo de Joyce e uma música do João Ricardo - Tem Gente com Fome - em cima de um poema de Solano Trindade. O Disco é isso. Diferente sim. E acho que no tempo certo! Não pela minha idade. Digo mais pelo tempo de trabalho: sétimo ano de carreira e sétimo disco - um número forte, não é? Pela primeira vez estou de cara limpa! A maquilagem eu usava propositadamente para me esconder. Tinha medo que o Ney-público interferisse no Ney-indivíduo. Mas lentamente eu já vinha tirando isso. no próximo show - fevereiro provavelmente - vou usar um terno. Não porque finalmente eu tenha entrado nos eixos. Eu apenas vou usar o terno como uma fantasia, uma roupa como aquelas que eu usava na fase do bicho! O que aconteceu é que, com o tempo, fui amadurecendo, ficando mais seguro de mim. Não pretendo me maquilar também! Não sei como vai ser porque também nunca fiz um show sem maquilagem. Acho tudo isso meio desafio, para mim. Eu sempre me separo do Ney-no-palco! São duas coisas distintas! Mas agora, sinto que os dois vão se encontrar pela primeira vez... e quero ver o que vai acontecer! ... (Entrevista Revista Fatos e Fotos, reportagem de Lúcia Leme, novembro de 1979).
Ney pediu ao costureiro Hugo Rocha que desenhasse algo diferente, um terninho igual ao que a cantora Simone usou em seu recente show no Canecão. "Quero enxugar meu visual, mostrar que sou um cantor", é sua declarada intenção com o novo garda-roupa. Com o Teatro Carlos Gomes completamente lotado, Ney Matogrosso entra em cena e surpreende o público: o cantor surge vestindo um elegante terno branco, com colete e gravata. Durante as primeiras quatro músicas ele se mantém com o terno, aparecendo em seguida de malha. Momento de grande emoção foi registrado quando Ney declama o poema de Solano Trindade e Grande Otelo subiu ao palco para cumprimentá-lo pela belissima escolha. E depois mudando novamente de roupa atrás de um biombo no palco, canta a música Fala, e encerra o show com a música Um Índio.




Músicas
Seu Tipo - Eduardo Duseke e Luiz Carlos Gois
Coração Aprisonado - Luli e Lucina
O Seu Amor - Gilberto Gil
Ardente - Joyce
Não Há Cabeça - Ângela Ro Ro
Doce Vampiro - Rita Lee
Fala - João Ricardo/Luli
Encantado - Caetano Veloso
Barco Negro - Piratini/Caco Velho
Balada da Arrasada - Ângela Ro Ro
Ando Meio Desligado - Rita Lee/Arnaldo Batista
Falando de Amor - Tom Jobim/Vinícius de Moraes
Último Drama - Mauro Kwitko
Me Roi - Luli/Lucina
Napoleão - Luli/Lucina
Marina Marinheira - Geraldo Vandré
Tem Gente com Fome - Solano Trindade
Cachorro Vira Lata - Alberto Ribeiro
Rio de Janeiro - Ari Barroso
Um Índio - Caetano Veloso
Músicos
Grupo Terceiro Mundo
Jorge Luiz de Carvalho (Jorjão) - baixo, violão e voz
Jurim Moreira (Jurim) - Bateria
Márcio Cotti Miranda (Marcinho) - teclados, vocal
José Paulo Souza (Zepa) - , guitarra, viola
Luiz Paulo Guanabara (Luiz Paulo) - sopros
Sidney Martins Moreira (Cidinho) - percursão


