terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

A CENSURA E OS SECOS & MOLHADOS

"Foi em 73, no auge da repressão. Nós éramos uma válvula de escape para os brasileiros. Na época, não se podia expressar nada e a gente seguia um padrão subervisivo. A intenção era chocar, transgredir, provocar as autoridades" (MATOGROSSO, 2003).
"Certa vez, quiseram proibir um vídeo seu, alegando que a maquilagem era de mulher. Calmo, pediu que lhe mostrassem uma mulher na rua com o rosto inteiro pintado de branco e os olhos, de preto, do nariz ás orelhas, que ele aceitaria. Passaram para o rabo-de-cavalo. Ele usava diariamente na rua. Implicaram com o movimento do quadril. Tubo em. Que focalizassem da cintura para cima. Não estava preocupado com isso. Chegaram ao olhar - para eles, extremamente perigoso. Apesar de concordar intimamente que os olhos emitiam uma mensagem interessante, argumentou ue censurar olhar já parecia ficção científica. Liberaram o vídeo" (VAZ, 1992, P. 59). É curioso ainda citar alguns episódio envolvendo o grupo e a censura: "Durante a única apresentação do grupo em Brasília, em plena vigência do governo Médici, o grupo foi informado de que primeiro precisaria mostrar o show aos censores, para obter liberação dos dois espetáculos programados para o mesmo dia num ginásio. Embora acostumados com tentativas desse tipo, que sempre conseguiam driblar, os três integrantes do conjunto perceberam que , daquela vez, era pra valer e sem apresentação prévia não haveria show. Resultado: Familiares e convidados dos censores de Brasília ganharam o privilégio de assistir, sem filas nem tumulto, a um espetáculo exlusivo dos Secos & Mohados, no auge do sucesso. A única vez que o conjunto se apresentou somente para a censura. Foi um exercício de força, uma bela mostra de prepotência do poder. Só que eles eram tão bobos que pensaram que eu ia repetir tudo o que aprontava no palco. Imagina! Essa apresentação não teve nada a ver com o show que aconteceu poucas horas depois. Apesar de eu estar pintado, quase não dancei e me limitei praticamente a só cantar as músicas previstas. No fundo, queria deixar bem evidente o meu mau humor e a falta de vontade de fazer aquilo."(VAZ, 1992, p. 99).

2 comentários:

Flor disse...

Caro, Paulo César, sou estudante de Históra e me interessei muito pelo seu blog. Percebo que há tempos não posta no mesmo, no entanto, insisto que entre em contato.

Flor disse...

Adoraria mesmo que entrasse em contato comigo!

l-raquel@ibest.com.br